sábado, 11 de abril de 2015

A vocação do Salesiano Coadjutor

Dom Bosco, ao pensar na Congregação Salesiana, imaginou como iria formá-la para atender aos meninos pobres e abandonados de Turim. Percebendo o sinal que Deus lhe enviava, decidiu esperar as vocações que sairiam de sua obra, tornando assim seus próprios alunos os primeiros salesianos. Enquanto esse dia não era chegado, Dom Bosco recebeu grande apoio de leigos, que, decidindo cumprir seu papel de cristãos, se uniram a ele pela maior glória de Deus e pela salvação das almas.
Desse apoio, Dom Bosco percebeu a importância de haver leigos consagrados formando a Congregação Salesiana e assim, uma vocação complementaria a outra. Convicto de que essa inspiração provinha de Deus, acolheu rapazes que intencionavam santificar suas vidas sem se entregar ao estado eclesiástico, mas abraçando a vida religiosa.
O salesiano coadjutor é aquele que decide responder à sua vocação de cristão, abraçando fielmente o seu batismo, tornando-se assim radical seguidor do Evangelho. E dessa forma, adere plenamente ao seu batismo e às consequências que ele traz em sua vida: o “querigma”, que é o anúncio do Evangelho, a “diaconia”, que significa o serviço ao próximo, a “koinonia”, que baseia-se no amor ao próximo como a si mesmo, e a “martiria”, ou seja, o amor até às últimas consequências.

Querigma, diaconia, koinonia e martiria

Ao assumir o querigma, o salesiano coadjutor assume a posição de evangelizador, propagador de Nosso Senhor Jesus. Assume a missão de propagá-lo para todos os povos, nações e línguas. Está disposto, com o seu testemunho, a revelar a bondade de Deus para com a humanidade.
A diaconia é o serviço, as mãos trabalhadoras que semeiam na vinha do Senhor. É colocar-se à disposição da comunidade e de maneira mais especial, dos jovens, que são os destinatários de sua missão. É trabalhar incansavelmente para a sua salvação, sendo guiado também pelas recomendações de Dom Bosco, que diz: “Com trabalho e temperança a nossa congregação florescerá”.
Como seguidores de Jesus, somos convidados a amarmo-nos mutuamente. Quando assim fazemos, exercemos a koinonia. É querer o bem ao outro, é saber que “o Senhor colocou-nos no mundo para o próximo”.
E o último é a martiria, o chamado a professar a fé cristã até as últimas consequências, a ponto de entregar o próprio sangue.

O chamado do leigo consagrado

Então, como cristão e por sua vez batizado, o irmão coadjutor é chamado a viver plenamente o seu batismo e com ele, deve testemunhar com a vida o Evangelho, e ainda, como nos pede o papa Francisco, revelar a alegria que há nele para os jovens, servir ao próximo com entusiasmo, cumprir o mandamento do amor deixado por Cristo na última ceia e doar toda a sua vida Àquele que a doou por primeiro. Unido a isso, o irmão testemunhará a sua adesão plena de cristão vivendo em comunidade, seguindo um carisma e exercendo os conselhos evangélicos (castidade, pobreza e obediência).
Como mestres contemplativos na ação, unirão os papéis de Marta e Maria, citadas no Evangelho como prefiguração de duas palavras: oração e trabalho. E com o seu testemunho de leigo consagrado, mostrarão aos jovens que é possível servir a Deus na condição laical, sendo bons cristãos e honestos cidadãos.


N. Jefferson Castro- BRE

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